sábado, 25 de fevereiro de 2012

Azeites Aromatizados



Meses atrás, folheando uma revista na sala de espera do dentista, li que, para fazer azeite aromatizado, era preciso aquecer o azeite lentamente com a erva (ou qualquer outra coisa), por alguns minutos, sem deixar ferver ou queimar, antes de armazená-lo.

Partindo desse princípio, resolvi fazer alguns vidrinhos de azeite para mim. Entretanto, como queria tentar mais de um sabor, me bateu uma preguiça danada de aquecer o azeite várias vezes, com elementos diferentes, e sujar várias panelas, ou lavar uma mesma panela diversas vezes, ao trocar de aroma. Também tinha o problema de depois despejar o azeite da panela para o vidro, pois o meu funil era um pouco grande demais para os vidrinhos, ao passo que o vidro grande de azeite já vinha com um daqueles bicos dosadores, que facilitaria muito a minha vida.

Pensei, então, em uma versão alternativa e simplificada desse método: primeiro, lavei bem e fervi os vidrinhos, comprados no Mercado Central. Depois, já com os potes esterilizados, levei o vidro grande de azeite (escolha um extra virgem de qualidade) para aquecer em banho-maria. Selecionei os sabores: pimenta dedo de moça com alho; alecrim com tomilho; e limão siciliano. Coloquei todos os ingredientes espalhados em uma forma (sem encostarem uns nos outros), e levei para aquecer no forno, coisa bem rápida mesmo, não é para secar ou queimar.

Distribuí os ingredientes nos vidros, enchi com o azeite aquecido, tampei e ainda deixei no armário por umas 2 semanas, antes de provar. O resultado? O de pimenta com alho ficou muito bom, picante na medida certa, o de tomilho e alecrim ficou com um sabor delicioso, bem marcante, apenas o de limão é que ficou um pouco suave demais para o meu gosto. Da próxima vez, acho que colocaria mais raspinhas, e provavelmente tentaria colocar sem aquecer no forno, ou aqueceria separadamente, por um minutinho apenas. Como as raspas são mais delicadas do que os demais ingredientes, acho que secaram um pouco mais do que o recomendado... Depois vou tentar com outros sabores, e vou colocando os resultados aqui no Blog.

Falando em azeites aromatizados, recomendo, para quem mora em BH, uma visita ao restaurante italiano Cantina Piacenza (já comentei aqui), que possui em suas mesas diversas garrafinhas de azeites aromatizados, preparados pelo proprietário, todos deliciosos, e com  muitos sabores inusitados, tais como: café, carvão (o meu favorito), baunilha, cardamomo, avelãs, anis, e por aí vai... 


Barrinhas de Amêndoas e Cerejas

Olá! Como foram de carnaval? Cansaram ou descansaram? ;-)

Preparei essas barrinhas já faz algum tempo, aproveitando as últimas cerejas da temporada. Pretendia fazer outras receitas, como um clafoutis da Nigella, mas não tive tempo (fica para a próxima)... Essas barrinhas eu vi aqui (receita original daqui), e fiquei doida com a foto, tão linda e com aparência tão apetitosa.

Precisei fazer algumas adaptações, pois não tinha baunilha em casa, e não achei farinha de amêndoas. Comprei, então, amêndoas já descascadas e passei pelo processador. Acontece que o meu não é dos melhores (é aquele míni, que vem com o mixer), e a farinha ficou um pouco grossa. Na hora de preparar, também resolvi substituir parte da farinha comum por integral, pois achei que combinaria. As barrinhas ficaram gostosas, melhores ainda no dia seguinte, mas confesso que não ficaram tão deliciosas quanto imaginei... Fiquei pensando, e levantei algumas hipóteses:

  1. A compota de cerejas que vai no recheio é muito saborosa, mas bem suave,  então acho que poderia tentar realçar mais o seu sabor, acrescentando hortelã, por exemplo;
  2. Como a compota é mais suave, talvez eu não devesse ter trocado parte da farinha comum (suave também) por farinha integral, que tem mais personalidade;
  3. Não sei, mas talvez também pudesse colocar um pouco mais de açúcar na massa, que leva uma quantidade bem pequena;
  4. Também colocaria algumas amêndoas em pedaços, pelo menos na cobertura, para uma crocância extra;
  5. Não deixaria de colocar a baunilha, da próxima vez...
E aí, mais alguma sugestão?


Barrinhas de Amêndoas e Cerejas

Recheio:
-      500g de cerejas frescas, sem os caroços, cortadas ao meio
-      ½ xícara de açúcar demerara orgânico
-      1 colher de sopa de amido de milho
-      1/8 colher de chá de sal
-      1 limão siciliano (raspas e suco)

Misture as cerejas, o açúcar, o amido de milho, o sal, as raspas e o suco de limão em uma panela média e leve ao fogo médio-alto até começar a ferver, mexendo ocasionalmente. Ferva por 1 minuto para engrossar e retire do fogo. Reserve.

Base/cobertura:
-      2 ¼ xícaras de farinha de trigo
-      ½ xícara de açúcar mascavo – aperte-o na xícara na hora de medir
-      1 xícara de farinha de amêndoas
-      ¼ colher de chá de sal
-      ¾ xícara de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
-      1 ovo grande, orgânico ou caipira
-      1 colher de chá de extrato de baunilha


Pré-aqueça o forno a 180°C; unte levemente com manteiga uma forma quadrada de 22-23cm, forre com papel alumínio deixando sobras em dois lados opostos, formando “alças” (a manteiga gruda o papel alumínio na forma), e unte o papel com manteiga também.

Coloque a farinha de trigo, o açúcar mascavo, a farinha de amêndoas e o sal em uma tigela e misture com um garfo. Você pode usar o processador de alimentos, se tiver. Adicione a manteiga e misture com a ponta dos dedos, até obter uma farofa grossa. Junte o ovo e a baunilha e continue misturando até que os ingredientes comecem a se unir.

Pressione 2/3 da mistura na base da forma. Despeje o recheio de cereja. Aperte porções da massa restante com os dedos, formando “carocinhos” e espalhe sobre todo o recheio (como um crumble). Leve para assar por 30-35 minutos ou até que doure e o recheio esteja borbulhando. Deixe esfriar completamente sobre uma gradinha antes de cortar. Se quiser, polvilhe açúcar de confeiteiro por cima.

Eu experimentei congelar algumas barrinhas, e deu certo. Na hora de servir, retire do congelador e coloque no microondas por aproximadamente 30 segundos. Comi uma dessas barrinhas quentinhas com uma bola de frozen iogurte e ficou bommmm...

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Creme de manga com iogurte, gengibre e mel


Sobremesa, fácil, deliciosa e saudável, que eu encontrei aqui. Também serve como um ótimo café da manhã, e fica pronta tão rápido que você nem precisa acordar mais cedo para preparar. Entretanto, se você puder deixar um tempinho na geladeira antes de servir, o creme dá uma leve engrossadinha (se não puder, não tem problema algum)...Já fiz a receita usando gengibre em pó, e deu certinho. Em outra ocasião, misturei um pouco de coco ralado, e ficou show!  Desta vez, para complementar, e dar um tchan a mais, polvilhei um pouco de chia, o superalimento da moda. Rende duas taças grandes.

Creme de Manga com Iogurte, Gengibre e Mel
(um nadinha adaptado daqui)

-      1 manga palmer grande picada, bem madura
-      250 ml de iogurte natural caseiro
-      1 colher de sopa de mel (ou a gosto)
-      1 colher de chá de gengibre fresco ralado (se for em pó reduza um pouco a quantidade)
-      sementes de chia a gosto (ou coco ralado, ou sementes de papoula, etc)

Bata tudo no liquidificador (fui de mixer), coloque em taças e leve à geladeira. Sirva bem geladinho.

Para começar bem a semana...


Museu Inhotim - Brumadinho/MG

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

E na marmita, vai o quê? Sustentabilidade.




A marmita da segunda, na verdade foi o resto do almoço de domingo, preparado a 4 mãos por mim e pelo meu amoreco. O "menu" foi definido principalmente em função de 2 ingredientes: talos e folhas de beterraba, que vieram "de brinde" na feirinha de orgânicos, e um iogurte natural caseiro que, por algum motivo, deu errado (talhou).

Uma parte do iogurte eu já havia utilizado para fazer o Bolo de Limão. Com o restante, resolvi preparar uma panqueca, com essa receita que encontrei no Cybercook. Enquanto eu fazia as panquecas, meu namorado preparava o recheio: cebola roxa refogada com alho, pimentão, cenoura, os talos picados das folhas de beterraba e frango desfiado. Para dar liga, 3 colheres de creme de queino minas frescal e um pouco de queijo reino ralado. Recheamos as panquecas, que foram para o forno cobertas com molho de tomate, em um pirex untado, até o queijo derreter. Para acompanhar, arroz branco, e as folhas da beterraba, refogadas na manteiga. Posso falar? As folhas de beterraba são deliciosas, achei melhor do que couve... Entretanto, são descartadas... Não dá para entender.

Esse ano, uma das minhas metas é tentar aproveitar integralmente os alimentos, e evitar qualquer desperdício. Cenoura, por exemplo, não descasco mais. Limpo bem e preparo com a casca, como já fazia com a abobrinha, berinjela, e afins. Os talos (de brócolis, espinafre, e agora beterraba) não vão mais para o lixo. Já fiz quiche com os talos, já coloquei no arroz, fizemos também uma maionese com batata, cenoura e talo de brócolis que ficou nota 10! Também pretendo começar a fazer caldo caseiro, aproveitando assim outros talos, como os de salsinha, as folhas de alho poró, etc. Para quem se interessa pelo assunto, já falei aqui no blog sobre Gastronomia Responsável e também descobri outro dia uma apostila do SESC sobre Aproveitamento Integral de Alimentos, cheia de receitas e dicas ótimas. 

Outra meta, que corre junto com a primeira, é comer melhor, e por comer melhor entenda-se seguir a recomendação de Michael Pollan, no livro Em Defesa da Comida: coma comida, não em excesso, principalmente vegetais. Meu desafio é reduzir o tamanho das porções, aumentar a variedade de verduras e legumes, parar de comprar porcarias industrializadas e comer mais comida caseira. Bolo e biscoito eu raramente compro, prefiro os meus. Já falei do caldo caseiro, o iogurte natural eu já faço há muito tempo, e estou experimentando preparar geléias caseiras (inclusive com casca de frutas). Quando tiver uma batedeira decente, pretendo começar a fazer pão com mais frequência também... O ano promete!